Ano Pastoral 2025 – Ano do Jubileu
Paróquia Sant'Ana de Lavras

"Peregrinos da Esperança: Vivendo a Graça do Jubileu"

Caros irmãos e irmãs em Cristo,

Com alegria iniciamos o Ano Santo 2025, um tempo de graça e renovação para toda a Igreja. Em comunhão com a espiritualidade dehoniana, queremos viver este Jubileu como um chamado à conversão, reconciliação e compromisso missionário, aprofundando nossa fé e fortalecendo nossa vida comunitária.

O Ano Santo sempre foi um tempo especial na vida da Igreja. Desde sua instituição pelo Papa Bonifácio VIII, em 1300, os jubileus são ocasiões de peregrinação e indulgência, expressando a infinita misericórdia de Deus. Inspirados pelo lema de nosso carisma “Adveniat Regnum Tuum” (Venha a nós o Vosso Reino), desejamos que este tempo jubilar seja vivido com profundidade espiritual e pastoral.

O Papa Francisco nos recorda, na Bula Spes Non Confundit, que “a esperança cristã nunca decepciona” (Spes Non Confundit, 1). O Jubileu da Esperança nos convida a sermos sinais vivos desta certeza, cultivando uma fé que renova e transforma, tornando-nos agentes da paz, da reconciliação e da caridade em nossas comunidades.

  1. OBJETIVOS PASTORAIS 2025

Objetivo Geral: Celebrar o Ano Santo em comunhão com a Igreja, promovendo a renovação espiritual e missionária das comunidades, pastorais e movimentos, fortalecendo a fé, a unidade e o compromisso com o Evangelho.

  • Celebrar o encontro com a misericórdia de Deus na diversidade das realidades pastorais, promovendo o acolhimento, a reconciliação e a vivência comunitária da fé.
  • Incentivar a peregrinação à Igreja Matriz de Sant’Ana (Igreja Jubilar), proporcionando aos fiéis a redescoberta da esperança cristã e a renovação da vida espiritual.
  • Fortalecer a vida eucarística e promover a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
  • Aprofundar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, espiritualidade central de nossa paróquia.
  • Motivar o apostolado junto à juventude, despertando vocações e incentivando a missão evangelizadora.
  • Reforçar o serviço da reconciliação, incentivando os fiéis a uma vida sacramental ativa.
  • Testemunhar o Jubileu da Esperança, promovendo ações concretas de solidariedade e compromisso social com os mais necessitados.
  • Incentivar a participação ativa dos movimentos e pastorais na vivência do Jubileu, promovendo formações, retiros espirituais e momentos de espiritualidade comunitária.

Este itinerário pastoral reflete o compromisso da Paróquia Sant’Ana de Lavras com a vivência do Ano Santo, compreendendo-o não apenas como um evento celebrativo, mas como um chamado à conversão e ao fortalecimento das comunidades de fé.

  1. MATRIZ SANT’ANA COMO IGREJA JUBILAR E INDULGÊNCIAS

A Matriz de Sant’Ana foi designada como Igreja Jubilar, tornando-se um local especial para a vivência da graça do Ano Santo. Isso significa que, ao longo do Jubileu, os fiéis poderão obter a Indulgência Plenária, conforme as disposições da Igreja.

Para lucrar a Indulgência Plenária, é necessário:

  • Peregrinar até a Matriz de Sant’Ana como um gesto de fé e conversão.
  • Confessar-se sacramentalmente.
  • Participar da Santa Missa e receber a Sagrada Eucaristia.
  • Rezar pelo Santo Padre e por suas intenções.
  • Estar em estado de graça e desapegado de todo pecado.

Cada pastoral e movimento da Paróquia deve, junto ao seu diretor espiritual, se organizar para fazer a peregrinação. Para facilitar essa organização, será elaborado um cronograma paroquial, no qual cada grupo poderá agendar sua peregrinação com antecedência. Além disso, recomendamos que cada pastoral prepare um momento de oração e reflexão antes da peregrinação, para que essa experiência seja vivida com mais profundidade espiritual e em verdadeira comunhão com a Igreja. Encorajamos todos os fiéis a realizarem sua peregrinação pessoal ou comunitária, fortalecendo assim sua vida espiritual e sua comunhão com a Igreja.

  1. PEREGRINAÇÕES A MATRIZ DE SANT’ANA

A peregrinação não é apenas um deslocamento físico, mas um itinerário de conversão interior, um momento de encontro com Deus e com os irmãos na fé. Ao peregrinarmos juntos, fortalecemos os laços comunitários e vivenciamos concretamente a dimensão eclesial do Jubileu, renovando nosso compromisso de caminhar como Igreja em saída, a serviço do Evangelho.

  • PEREGRINAÇÕES DA FORANIA

A Paróquia Sant’Ana de Lavras acolherá as peregrinações das paróquias da Forania, promovendo um ambiente de fé e comunhão. Para melhor organização, será elaborado um folheto específico para a Missa Jubilar, com orações e orientações próprias para esse momento especial.

Além disso, disponibilizaremos uma agenda na secretaria para a Missas das Peregrinações, permitindo que cada paróquia organize sua participação de forma ordenada e frutuosa.

  • PEREGRINAÇÕES PASTORAIS E DOS MOVIMENTOS

Encorajamos cada padre diretor espiritual, coordenador de pastoral, movimento ou associação a organizar a peregrinação do seu grupo à Matriz Sant’Ana. A peregrinação é um sinal visível da caminhada de fé e conversão do povo de Deus, proporcionando uma experiência concreta de encontro com Cristo e sua Igreja. Ao longo da história da salvação, Deus sempre chamou seu povo a caminhar em direção a Ele, como vemos na trajetória de Abraão, na peregrinação do povo de Israel pelo deserto e na busca constante dos discípulos por Jesus. Neste Ano Santo, a peregrinação à Matriz Sant’Ana é um convite à renovação espiritual, à reconciliação e ao fortalecimento da comunhão eclesial. Este é um tempo propício para renovar a fé, aprofundar a vida comunitária e testemunhar a esperança cristã. O Papa Francisco, na Bula Spes Non Confundit, nos recorda que “a peregrinação é um sinal de esperança e uma experiência de graça” (Spes Non Confundit, 5).

  1. A EUCARISTIA E A ADORAÇÃO COMO CENTRO DA VIDA PAROQUIAL

A Eucaristia é o ápice da vida cristã e deve ser vivida com profundidade e fervor. Padre Dehon nos ensina: “A Eucaristia é a chama, a base, o centro de toda a vida, de toda a obra, de todo o apostolado. Toda a redenção gravita à volta dela.” Nessa linha, o Papa Bento XVI nos recorda que “a melhor catequese sobre a Eucaristia é a própria Eucaristia bem celebrada” (Sacramentum Caritatis, 64). Mais do que ensinar sobre o mistério, é necessário permitir que ele forme interiormente os fiéis, conduzindo-os a uma autêntica experiência de Deus.

A Santa Missa e Adoração Eucarística são um traço essencial da espiritualidade dehoniana e uma oportunidade singular de contemplação, diálogo e comunhão com o Senhor. Em sintonia com esse chamado, nossa Paróquia já promove horários semanais de Adoração ao Santíssimo Sacramento, incentivando os fiéis a viverem esse encontro íntimo com Cristo.

Para que esses momentos sejam ainda mais frutuosos, é fundamental que pastorais e movimentos assumam a organização das adorações com mais zelo e profundidade espiritual. Observamos que algumas celebrações carecem de uma estruturação mais cuidadosa, o que pode comprometer a experiência orante da comunidade. Inspirados pela visão de Bento XVI sobre a mistagogia, que forma pela liturgia e não apenas para ela, incentivamos todos os responsáveis a preparar esses momentos com esmero, proporcionando aos fiéis uma experiência autêntica de oração, meditação e silêncio diante do Santíssimo Sacramento.

Além disso, a Eucaristia, crida e celebrada, deve transbordar em vida e missão. O Papa Bento XVI também nos recorda que o culto espiritual se manifesta quando o mistério eucarístico se torna “princípio da vida nova” e “forma da existência cristã” (Sacramentum Caritatis, 70). Assim, a vivência eucarística não se encerra no altar, mas deve transformar corações e inspirar o compromisso cristão no mundo.

Que nossa comunidade cresça na centralidade da Eucaristia, vivendo com devoção a Santa Missa e aprofundando-se na Adoração ao Santíssimo Sacramento, para que Cristo Eucarístico seja verdadeiramente o coração pulsante de nossa vida paroquial.

  1. A DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é herança espiritual deixada por Padre Dehon e deve ser intensificada em nossa comunidade. O próprio fundador dos dehonianos afirmou: “Deixo-vos o mais precioso dos tesouros: o Coração de Jesus”. Por meio da Santa Eucaristia e da oração constante, queremos aprofundar essa devoção e levar os fiéis a experimentar a misericórdia infinita do Senhor.

O Papa Francisco nos recorda que “a devoção ao Coração de Cristo é essencial para a nossa vida cristã, pois significa a nossa abertura, cheia de fé e de adoração, ao mistério do amor divino e humano do Senhor. Até ao ponto de podermos voltar a afirmar que o Sagrado Coração é um compêndio do Evangelho” (Dilexit Nos, 2024).

O Papa Pio XII , nos exorta: “Exortamos, pois, todos os nossos filhos em Cristo a praticarem com entusiasmo esta devoção, tanto os que já costumam beber as águas salutares que manam do coração do Redentor, como sobretudo os que, à guisa de espectadores, olham de longe, com curiosidade e dúvida. Considerem esses com atenção tratar-se, como já dissemos, de um culto desde há tempos arraigado na Igreja, e que se apoia solidamente nos próprios Evangelhos” (Haurietis Aquas, 1956).

As palavras dos Papas nos recordam que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus não é apenas um aspecto da piedade cristã, mas um verdadeiro caminho de conversão e santificação. A Igreja, ao longo dos séculos, testemunhou os frutos espirituais dessa prática, levando fiéis à renovação da fé, à maior intimidade com Cristo e à busca sincera da misericórdia divina. Assim, somos chamados a viver essa devoção com autenticidade, permitindo que o amor do Coração de Jesus transforme nossos corações e nossa comunidade paroquial.

Além disso, incentivamos as pastorais e movimentos a participarem das Primeiras Sextas-feiras do mês, como um momento especial de espiritualidade e reparação ao Sagrado Coração. Esse compromisso nos convida a aprofundar nossa intimidade com Cristo, confiando-Lhe nossas vidas e renovando nosso amor pela Igreja. A vivência das Primeiras Sextas-feiras fortalece nossa caminhada de fé, proporcionando um tempo de adoração, confissão e comunhão com o Coração de Jesus, fonte inesgotável de amor e misericórdia.

  1. O APOSTOLADO JUNTO À JUVENTUDE

Seguindo o exemplo de Padre Leão Dehon, que sempre dedicou especial atenção ao trabalho com os jovens, queremos reforçar a evangelização juvenil. Devemos ajudar os jovens a descobrir sua vocação missionária e seu papel como protagonistas na Igreja.

O Papa São João Paulo II, em sua mensagem para a XII Jornada Mundial da Juventude, nos convida: “Caríssimos jovens, como os primeiros discípulos, segui Jesus! Não tenhais medo de aproximar-vos d’Ele, de passar a entrada da sua casa, de falar com Ele face a face, como se convive com um amigo. Não tenhais medo da ‘vida nova’ que Ele vos oferece: Ele mesmo dá-vos a possibilidade de acolhê-la e de a pôr em prática, com a ajuda da sua graça e o dom do seu Espírito.” (Mensagem em preparação para a XII Jornada Mundial da Juventude, 15/08/1996).

Essas palavras nos recordam que a juventude tem um papel fundamental na Igreja. Os jovens são chamados a um encontro pessoal com Cristo, um compromisso autêntico que transforma suas vidas e as direciona para uma missão maior. Na caminhada jubilar, incentivamos cada jovem a não ter medo de responder ao chamado de Deus, confiando na força do Espírito Santo para viver plenamente sua vocação cristã. Nossa paróquia está comprometida em proporcionar espaços de acolhimento, formação e evangelização para que a juventude possa crescer na fé e testemunhar a esperança jubilar no mundo.

Inspirados por essas palavras, incentivamos os jovens da paróquia a fortalecerem sua caminhada de fé, sem medo de se aproximarem de Cristo e abraçarem sua vocação dentro da Igreja.

Acreditamos que a Juventude Dehoniana e os grupos e movimentos juvenis da paróquia são chamados a assumir seu compromisso evangelizador, promovendo encontros, formações e ações missionárias que despertem novos discípulos para Cristo.

  1. O SERVIÇO DA RECONCILIAÇÃO: UMA IGREJA ACOLHEDORA

A Confissão é o sacramento da misericórdia e deve ser valorizada como parte essencial da caminhada espiritual. O Diretório Provincial dehoniano afirma: “O sacramento da reconciliação reaviva nossa união com o Senhor e com os irmãos”. Por isso, reforçamos a importância da Confissão frequente, incentivando todos os fiéis a se aproximarem do Sacramento da Penitência com confiança.

A Igreja sempre ensinou que a Confissão é o meio instituído por Cristo para restaurar nossa comunhão com Deus e com a Igreja. O Papa São João Paulo II, em sua Exortação Apostólica Reconciliatio et Paenitentia, destaca que “pela revelação do valor deste ministério e do poder de perdoar os pecados, desenvolveu-se na Igreja a consciência do sinal do perdão concedido mediante o Sacramento da Penitência” (Reconciliatio et Paenitentia, 30).

Durante o Ano Santo, além dos horários habituais, ofereceremos atendimento especial de confissões todas as quintas-feiras, das 18h às 20h, no confessionário da Matriz. Pedimos que todos os membros de pastorais e movimentos busquem esse sacramento regularmente, não apenas na Quaresma, mas como um compromisso contínuo de renovação espiritual.

  1. JUBILEU DA ESPERANÇA: UM COMPROMISSO SOCIAL

A esperança cristã nos impulsiona à caridade e ao serviço. O Papa Francisco ensina que “as obras de misericórdia são também obras de esperança, que despertam nos corações sentimentos de gratidão” (Spes Non Confundit, 11). O Papa Bento XVI, na encíclica Caritas in Veritate, ensina que “a caridade na verdade, que Jesus Cristo testemunhou com sua vida terrena e, sobretudo, com sua morte e ressurreição, é a força propulsora principal para o verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e da humanidade inteira” (Caritas in Veritate, 1).

Essa visão da caridade nos convida a um compromisso autêntico com o próximo, pois a misericórdia não pode ser reduzida a um simples ato de assistência, mas deve ser um testemunho vivo da nossa fé. A caridade verdadeira vai além da ajuda material; ela deve ser expressão concreta do amor de Cristo, refletindo a dignidade de cada pessoa e promovendo a justiça e a paz. “A caridade não é um gesto opcional, mas parte integrante da missão da Igreja” (Caritas in Veritate, 2). Assim, somos chamados a viver a caridade como um compromisso contínuo, enraizado na fé e impulsionado pela esperança cristã, tornando-nos instrumentos da misericórdia divina em nossas comunidades.

A Igreja nos ensina que a esperança cristã se concretiza na vivência da caridade, que se expressa na acolhida, no serviço aos necessitados e na promoção da dignidade humana. Neste Ano Jubilar, cada fiel é chamado a ser instrumento da misericórdia divina, tornando-se sinal do amor de Cristo no mundo.

Assim, durante este Ano Jubilar, queremos reforçar as ações sociais de nossa paróquia, especialmente através da Pastoral da Criança, Pastoral da Saúde, Sopão e do Grupo de Ação Social (GAS), que auxiliam as famílias carentes.

Cada fiel é chamado a testemunhar a esperança concreta através da solidariedade, da acolhida e do serviço ao próximo, tornando-se sinal vivo da misericórdia de Deus na sociedade.

  1. CONCLUSÃO

Queridos irmãos e irmãs, que este Ano Santo seja um tempo de profunda graça para todos nós. Que nossa paróquia seja um espaço de acolhida, fé e esperança, onde a Eucaristia, o Coração de Jesus e a reconciliação transformem nossas vidas.

Convido todos os agentes de pastoral, movimentos e fiéis a se dedicarem à leitura e reflexão desta carta, para que juntos possamos viver com profundidade o Ano Jubilar. Que este documento inspire nossas ações e nos ajude a fortalecer nossa missão evangelizadora, tornando-nos verdadeiros Peregrinos da Esperança em nossa comunidade.

Com minha oração e bênção,

Pe. Túlio Marcos Ribeiro Corrêa
Pároco da Paróquia Sant’Ana de Lavras

  1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • BENTO XVI. Caritas in Veritate. Carta Encíclica sobre o Desenvolvimento Humano Integral na Caridade e na Verdade. Vaticano, 2009. Disponível em: https://www.vatican.va
  • BENTO XVI. Sacramentum Caritatis. Exortação Apostólica sobre a Eucaristia como Fonte e Ápice da Vida e da Missão da Igreja. Vaticano, 2007. Disponível em: https://www.vatican.va
  • FRANCISCO. Spes Non Confundit. Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025. Vaticano, 2024. Disponível em: https://www.vatican.va
  • FRANCISCO. Evangelii Gaudium. Exortação Apostólica sobre o Anúncio do Evangelho no Mundo Atual. Vaticano, 2013. Disponível em: https://www.vatican.va
  • FRANCISCO. Dilexit Nos. Carta Encíclica sobre a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Vaticano, 2024. Disponível em: https://www.vatican.va
  • JOÃO PAULO II. Reconciliatio et Paenitentia. Exortação Apostólica sobre a Reconciliação e a Penitência. Vaticano, 1984. Disponível em: https://www.vatican.va
  • JOÃO PAULO II. Mensagem em preparação para a XII Jornada Mundial da Juventude. Vaticano, 1996. Disponível em: https://www.vatican.va
  • PIO XII. Haurietis Aquas. Carta Encíclica sobre a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Vaticano, 1956. Disponível em: https://www.vatican.va
  • Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Guia do Apostolado Paroquial (GAP).